7 cadeiras rumando ao tecto
no tecto perdidas
7 cadeiras vazias vazias
7 7 7 7 7 7 7
7 x 7
7 vezes 7
sete vezes sete
cadeiras intensamente vazias
de sentido.
Caíram no chão
Partiram as pernas
Havia muito sangue
e pernas partidas.
quarta-feira, 25 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
Pedra-de-toque
quarta-feira, 18 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
E se deixasses de conseguir?
Deixar de ter a vantagem
De justificar o “não devir”
Por falta de coragem
E se cada inacção não tiver
Um designio maior?
E se for uma desculpa qualquer
Que paira confortável a teu redor?
És difuso
mas no entanto
pensas que a falta de uso,
para meu espanto,
é a condição útil
para que na areia,
um passo fútil
seja bricadeira
seja natural,
seja verdadeiro.
Deixar de ter a vantagem
De justificar o “não devir”
Por falta de coragem
E se cada inacção não tiver
Um designio maior?
E se for uma desculpa qualquer
Que paira confortável a teu redor?
És difuso
mas no entanto
pensas que a falta de uso,
para meu espanto,
é a condição útil
para que na areia,
um passo fútil
seja bricadeira
seja natural,
seja verdadeiro.
segunda-feira, 9 de março de 2009
valete de Copas Dama de espadas
sábado, 7 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
Víscera
Sobre um lugar comum.
Sobre um homem.
Sala de estar, junto à lareira.
O pôr do sol filtrado por cortinas gastas.
uma caricia celeste que banha a inércia.
Não aquece.
Não arrefece.
De pé,
De rastos.
Solta ecos de lamúrios verdadeiros.
Não compreende a existência de compreensão.
Vítima cega de uma vitimização opcional.
A vontade de fazer montanhas
Tornar o relevo relevante.
E conseguir contagiar o mundo
Para uma escalada na sua obra.
“sou um construtor momentâneo de uma planificação a longo prazo.
Não fiz, não faço e não farei outra coisa da minha necessidade de grandeza.”
O micro-ondas apita.
A lasanha está pronta.
Não muito tostada por cima mas,
Ainda assim, a massa parece estar cozida
A seu gosto.
Sobre um homem.
Sala de estar, junto à lareira.
O pôr do sol filtrado por cortinas gastas.
uma caricia celeste que banha a inércia.
Não aquece.
Não arrefece.
De pé,
De rastos.
Solta ecos de lamúrios verdadeiros.
Não compreende a existência de compreensão.
Vítima cega de uma vitimização opcional.
A vontade de fazer montanhas
Tornar o relevo relevante.
E conseguir contagiar o mundo
Para uma escalada na sua obra.
“sou um construtor momentâneo de uma planificação a longo prazo.
Não fiz, não faço e não farei outra coisa da minha necessidade de grandeza.”
O micro-ondas apita.
A lasanha está pronta.
Não muito tostada por cima mas,
Ainda assim, a massa parece estar cozida
A seu gosto.
Rodas dentadas
Sabes-me aos cafés que se bebem à janela
Com os prédios a romper o nevoeiro da manhã
e as gruas a moldarem a cidade.
São laços profundos os que nos unem
Delicados e precisos como os nervos da minha espinha
Que se espalham pelas ruas como cabos.
A sensação e a dor vêm do mesmo sítio
Processam os mesmos mecanismos.
Câmaras ocultas captam a cadência
a calma com que dou com o nó dos punhos no concreto
até fazer molho de tomate.
A dor define quem somos
O amor define a nossa dor.
Com os prédios a romper o nevoeiro da manhã
e as gruas a moldarem a cidade.
São laços profundos os que nos unem
Delicados e precisos como os nervos da minha espinha
Que se espalham pelas ruas como cabos.
A sensação e a dor vêm do mesmo sítio
Processam os mesmos mecanismos.
Câmaras ocultas captam a cadência
a calma com que dou com o nó dos punhos no concreto
até fazer molho de tomate.
A dor define quem somos
O amor define a nossa dor.
terça-feira, 3 de março de 2009
Indisposição
A sala está diferente.
Ainda estranho a nova disposição do mobiliário.
Falta qualquer coisa.
Falta um móvel antigo. Livrei-me dele.
Livrei-me dele sem pensar em demasia.
Fez sentido na altura.
Fez sentido livrar-me dele sem pensar
Sim. Deve ser isso.
Uma saudade indefinida,
como se não soubesse se sinto falta do móvel
ou da anterior disposição.
Como se ignorasse as dependências do conforto.
Sim. Deve ser isso.
Dispôr objectos num espaço.
Organizá-los de forma definitivamente indefinida.
Uma procura objectiva pelo desconforto do espaço.
Não convidar um Decorador
para esquecer tudo.
Da antiga sala
saber apenas de cor a dor
Ainda estranho a nova disposição do mobiliário.
Falta qualquer coisa.
Falta um móvel antigo. Livrei-me dele.
Livrei-me dele sem pensar em demasia.
Fez sentido na altura.
Fez sentido livrar-me dele sem pensar
Sim. Deve ser isso.
Uma saudade indefinida,
como se não soubesse se sinto falta do móvel
ou da anterior disposição.
Como se ignorasse as dependências do conforto.
Sim. Deve ser isso.
Dispôr objectos num espaço.
Organizá-los de forma definitivamente indefinida.
Uma procura objectiva pelo desconforto do espaço.
Não convidar um Decorador
para esquecer tudo.
Da antiga sala
saber apenas de cor a dor
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