quarta-feira, 25 de março de 2009

7cadeiras.blogspot.com

7 cadeiras rumando ao tecto
no tecto perdidas
7 cadeiras vazias vazias
7 7 7 7 7 7 7
7 x 7
7 vezes 7
sete vezes sete
cadeiras intensamente vazias
de sentido.
Caíram no chão
Partiram as pernas
Havia muito sangue
e pernas partidas.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pedra-de-toque


« meu querido...
encarar a vida pela frente sempre. encarar a vida pela frente e vê-la pelo que ela é. por fim, conhecê-la, amá-la... pelo que ela é. depois... deixá-la seguir.
querido... sempre os anos entre nós, sempre os anos, sempre o amor, sempre os anos, sempre o tempo, sempre as Horas »

quarta-feira, 18 de março de 2009

Com açúcar e com afecto...



As recordações continuam a vir, demasiadas para lhes seguir o rasto. O tempo faz rir às gargalhadas. O tempo faz rir entre dentes. O tempo ri suavemente. É a alquimia do leigo. É a magia.

segunda-feira, 16 de março de 2009

E se deixasses de conseguir?
Deixar de ter a vantagem
De justificar o “não devir”
Por falta de coragem

E se cada inacção não tiver
Um designio maior?
E se for uma desculpa qualquer
Que paira confortável a teu redor?

És difuso
mas no entanto
pensas que a falta de uso,
para meu espanto,
é a condição útil
para que na areia,
um passo fútil
seja bricadeira

seja natural,

seja verdadeiro.

segunda-feira, 9 de março de 2009

valete de Copas Dama de espadas






vira uma
vira a segunda
não
embaralha novamente
não importa quantas vezes
Valete de Copas.
contradanças.
dá um beijo às raparigas
e joga as tuas cartas.

sábado, 7 de março de 2009

Pó de noz


A especiaria sabe melhor contigo.

Não somos pó. Somos magia!

quinta-feira, 5 de março de 2009


Um sofá tão velho quanto o tempo. Tão verdadeiro quanto pode ser.
Só uma pequena mudança. Pequena, para não dizer nada.
Sempre iguais
Sempre uma surpresa
Sempre como antes
Sempre apenas certo

quarta-feira, 4 de março de 2009

Víscera

Sobre um lugar comum.
Sobre um homem.

Sala de estar, junto à lareira.
O pôr do sol filtrado por cortinas gastas.
uma caricia celeste que banha a inércia.
Não aquece.
Não arrefece.

De pé,
De rastos.

Solta ecos de lamúrios verdadeiros.
Não compreende a existência de compreensão.
Vítima cega de uma vitimização opcional.

A vontade de fazer montanhas
Tornar o relevo relevante.
E conseguir contagiar o mundo
Para uma escalada na sua obra.

“sou um construtor momentâneo de uma planificação a longo prazo.
Não fiz, não faço e não farei outra coisa da minha necessidade de grandeza.”

O micro-ondas apita.
A lasanha está pronta.
Não muito tostada por cima mas,
Ainda assim, a massa parece estar cozida
A seu gosto.

Rodas dentadas

Sabes-me aos cafés que se bebem à janela
Com os prédios a romper o nevoeiro da manhã
e as gruas a moldarem a cidade.
São laços profundos os que nos unem
Delicados e precisos como os nervos da minha espinha
Que se espalham pelas ruas como cabos.
A sensação e a dor vêm do mesmo sítio
Processam os mesmos mecanismos.
Câmaras ocultas captam a cadência
a calma com que dou com o nó dos punhos no concreto
até fazer molho de tomate.

A dor define quem somos
O amor define a nossa dor.

terça-feira, 3 de março de 2009

Indisposição

A sala está diferente.
Ainda estranho a nova disposição do mobiliário.

Falta qualquer coisa.
Falta um móvel antigo. Livrei-me dele.
Livrei-me dele sem pensar em demasia.
Fez sentido na altura.
Fez sentido livrar-me dele sem pensar

Sim. Deve ser isso.
Uma saudade indefinida,
como se não soubesse se sinto falta do móvel
ou da anterior disposição.
Como se ignorasse as dependências do conforto.

Sim. Deve ser isso.

Dispôr objectos num espaço.
Organizá-los de forma definitivamente indefinida.
Uma procura objectiva pelo desconforto do espaço.

Não convidar um Decorador
para esquecer tudo.
Da antiga sala
saber apenas de cor a dor

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