quarta-feira, 4 de março de 2009

Rodas dentadas

Sabes-me aos cafés que se bebem à janela
Com os prédios a romper o nevoeiro da manhã
e as gruas a moldarem a cidade.
São laços profundos os que nos unem
Delicados e precisos como os nervos da minha espinha
Que se espalham pelas ruas como cabos.
A sensação e a dor vêm do mesmo sítio
Processam os mesmos mecanismos.
Câmaras ocultas captam a cadência
a calma com que dou com o nó dos punhos no concreto
até fazer molho de tomate.

A dor define quem somos
O amor define a nossa dor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sempre a palavras tristes ou de dor... e mais facil a inspiraçao quando ha tristeza? tristeza a que?

Luis da Cunha disse...

A inspiração surge da mistura das palavras. É como um jogo. Nem sempre reflecte o meu estado de espírito.

Este texto até nem me parece nada triste. Se a ti te parece triste faz parte da beleza da coisa. A tua interpretação é que dá sentido ao que está escrito, certo?

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